terça-feira, 6 de novembro de 2007

Soneto XXXIV




Garoa mansa e fina cai na rua
Num ritmo cadenciado e incessante,
O corpo me fustiga a todo o instante
E a alma sacoleja pobre e nua.



Sarjado em lanhos ocres como a lua,
Que a noite soluçou agonizante,
Os passos decalquei de caminhante
Que se atirou à vida e continua.



Restaram só pegadas, nada mais,
Decalcadas no pó argamassado
Com sangue e. no suor, tudo ensopado,


Ao gorjeio das aves matinais,
No solidário amor amalgamado
Que, na alma, me deixou assinalado.











São Paulo, 15 de Setembro de 2005, 5ª feira, 5h

Nenhum comentário: