terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Refletindo o Presépio

Refletindo o Presépio


O bercinho
É a manjedoura.
Assim parece
A cama onde o menino
Adormece.

Deitado,
Com o pai e a mãe ao lado
E a vaca e a burrinha
E os pastores, com seu gado,
De chapéu na mão,
Atônitos, em prece,
Ajoelhados no chão.

O menino dorme
E acorda e galreia
Mas, a luz que do céu desce,
Não é chama de candeia,
Não é não,
É uma estrela tão intensa
Que resplandece
E incendeia
A amplidão
Imensa!

Silêncio!
Não vá o menino acordar.

Sabe-se lá!
Tudo pode acontecer....

Foi quando o maroto
(pestinha,
de garoto)
Se ergueu
E disse,
Na sua tagarelice,
Apontando o dedinho
Ao céu:
- Vá,
Vem me ver
E falar comigo.
Estou louquinho
Pra te conhecer,
Meu amigo!

S.Paulo, 13 de Dezembro,2007-12-13 5ªfeira

Vasco dos Santos

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Elegia de Natal


O mesmo menino voltou
Aqui,
Este ano,
Como no ano que passou.

Eu o vi,
Criança,
Ali
Deitado
Com o mesmo sorriso de esperança
Que trouxe no ano passado.

Coitado
Do garoto!
Estava vivo,
Tremendo,
Embrulhado
Num cobertor surrado
E parecia morto.

Pois eu falei com ele
E, na conversa
Havida,
Igual
À do ano passado,
Repetiu o mesmo que me disse,
Naquele Natal,
“numas palhinhas deitado!”

Deixou
A promessa
E o amor
E a esperança
E a conversa
Foi tão gostosa e boa
Que grudou
Nos meus ouvidos
E, até hoje, neles ressoa.

35
Pronto,
Afinal,
Eu não sou tonto
E não me engano
Com o Natal
Daquele e deste ano
Que aqui descrevo,
Como penso e devo,
Relato e conto,
É o mesmo do ano passado,
Descrito ponto por ponto
E por mim relatado
Conforme o dito e o contado.

Nos ouvidos moucos
Ressoam ecos roucos
Que revolveram o mundo:
-Amai-vos uns aos outros!

Essa revolução
Carrega mistério profundo!

-Amai-vos ! amai-vos!
Amai-vos uns aos outros!

Ponto final
Na divagação.
É Natal,
Sejamos todos loucos
Mas puros de coração.

Natal de 2007