Elegia de Natal
O mesmo menino voltou
Aqui,
Este ano,
Como no ano que passou.
Eu o vi,
Criança,
Ali
Deitado
Com o mesmo sorriso de esperança
Que trouxe no ano passado.
Coitado
Do garoto!
Estava vivo,
Tremendo,
Embrulhado
Num cobertor surrado
E parecia morto.
Pois eu falei com ele
E, na conversa
Havida,
Igual
À do ano passado,
Repetiu o mesmo que me disse,
Naquele Natal,
“numas palhinhas deitado!”
Deixou
A promessa
E o amor
E a esperança
E a conversa
Foi tão gostosa e boa
Que grudou
Nos meus ouvidos
E, até hoje, neles ressoa.
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Pronto,
Afinal,
Eu não sou tonto
E não me engano
Com o Natal
Daquele e deste ano
Que aqui descrevo,
Como penso e devo,
Relato e conto,
É o mesmo do ano passado,
Descrito ponto por ponto
E por mim relatado
Conforme o dito e o contado.
Nos ouvidos moucos
Ressoam ecos roucos
Que revolveram o mundo:
-Amai-vos uns aos outros!
Essa revolução
Carrega mistério profundo!
-Amai-vos ! amai-vos!
Amai-vos uns aos outros!
Ponto final
Na divagação.
É Natal,
Sejamos todos loucos
Mas puros de coração.
Natal de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
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Um comentário:
Parabéns pelos textos. Amei a expressão "Sejamos todos loucos, mas puros de coração
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